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HISTÓRIA UNIVERSAL

“Pré – História da Humanidade”

 

 

  

            A pré-história é o período anterior à invenção da escrita. Para conhecer como viviam os povos primitivos que não nos deixaram documentos escritos, os arqueólogos se valem da análise de pedras lascadas, potes de cerâmicas, sepulturas e restos de habitações.

 

            A divisão da pré-história em Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro, baseada nos materiais utilizados nas ferramentas, foi adotada no início do séc. XIX, subdividindo-se a Idade da Pedra em Paleolítico, Mesolítico e Neolítico.

 

O Paleolítico

 

        A maior parte dos acontecimentos do Paleolítico na Europa e na Ásia fora dos trópicos ocorreu em um clima muito mais frio, em conseqüência da formação de vastas áreas de gelo nas latitudes mais ao norte e extenso desenvolvimento de geleiras nas latitudes mais ao sul, inclusive nos Alpes e nos Bálcãs, sendo esta a última “Era Glacial”. A última fase fria terminou há cerca de 10.000 anos, e as diferentes fases de calor e frio podem ser reconhecidas arqueologicamente  devido à preservação dos ossos de animais característicos e até mesmo do pólen de determinadas árvores – cronologia relativa.  Os arqueólogos também utilizam evoluções das ferramentas de pedra para subdividir o Paleolítico em fase Inferior (mais antiga), Média e Superior. 

 

O Paleolítico Inferior

 

        Fora da África, não foram encontrados fósseis humanos que fossem comprovadamente do estágio de evolução australopiteco, datados entre 2 a 5 milhões de anos atrás. Os mais antigos fósseis humanos na Europa e na África pertencem ao estágio do Homo erectus, datado entre 1,5 milhão e 200.000 anos atrás, apesar de a Europa e a parte não tropical da Ásia não terem indícios suficientes da ocupação pelo homem antes de 1 milhão de anos atrás. Foram descobertos fósseis de Homo erectus na França, Alemanha, China e Java.

            Os utensílios (isto é, tipos de ferramentas) usados pelo Homo erectus pertencem ao Paleolítico Inferior, sendo o mais característico o machado de mão, implemento de múltiplo uso construído tirando-se pedaços (lascas) de uma pedra até conseguir a forma desejada e um lado cortante. Eram também utilizadas ferramentas simples feitas com lascas tiradas de uma pedra. Já neste estágio os humanos usavam o fogo, o que pode ser exemplificado pelo endurecimento da lança pelo fogo. Apesar de as ferramentas do Paleolítico Inferior terem sido usadas até cerca de 100.000 anos atrás, o Homo erectus parece ter passado para um estágio mais desenvolvido entre 300/200.000 e 100.000 anos atrás, pelo menos na Europa. 

 

O Paleolítico Médio

 

        O estágio do Paleolítico Médio, de 100.000 até 30.000 anos atrás, é associado ao homem de Neandertal (Homo sapiens neanderthalensis, assim chamado em homenagem ao vale de Neandertal na Alemanha, onde foram encontrados seus primeiros fósseis). Enquanto o Homo erectus ocupava a Eurásia apenas nos períodos relativamente quentes, o homem de Neandertal, podia explorar ambientes árticos nas fases glaciais, vivendo em cavernas e em tendas de pele presas por ossos de mamute.

            Ferramentas de pedra do Paleolítico Médio, feitas principalmente com lascas, eram mais especializadas que as anteriores e incluíam pontas de lança, facas e ferramentas para raspar madeira e peles. Os homens de Neandertal foram os primeiros a enterrar seus mortos e também tinham uma noção de beleza: análises científicas mostram que na caverna de Shanidar, no Iraque, um homem de Neandertal foi enterrado sobre uma camada de flores da primavera. 

 

O Paleolítico Superior

 

        Há muita controvérsia cientifica sobre a data do primeiro aparecimento dos homens anatomicamente modernos (Homo sapiens, também chamado de homem de “Cro-Magnon”, em homenagem a uma caverna em “Dordogne”, França). Acredita-se que em algumas partes do mundo eles tenham surgidos antes de 40.000  AC., embora na Europa e no norte da Ásia isso tenha ocorrido relativamente tarde talvez até 30.000 AC. na Europa Ocidental.

            Na Eurásia, ferramentas do Paleolítico Superior, associadas ao homem moderno, têm suas peculiaridades: as ferramentas de pedra são baseadas em lâminas (lascas longas e finas), utilizadas em uma variedade ainda maior de ferramentas especializadas. Pela primeira vez, nota-se o surgimento regular de ferramentas de ossos. Ouro aspecto da cultura do Paleolítico Superior é a arte da “Era Glacial”encontrada, por exemplo, em cavernas pré-históricas da França e Espanha.

            As realizações destes seres humanos primitivos incluem o povoamento dos até então desocupados continentes da Australásia e Américas. Uma realização menos positiva é a extinção de muitas espécies de mamíferos de grande porte ao final da última “Era Glacial”(cerca de 8000 AC.), pelo menos em parte devida aos eficientes métodos de caça dos povos do Paleolítico Superior. 

 

O Mesolítico

 

            O fim da “Era Glacial” na Europa e em partes da Ásia foi marcado por aumentos significativos na temperatura e na pluviosidade. Um ambiente quase sem árvores foi substituído por florestas, especialmente na Europa ao norte dos Alpes, e espécies de mamíferos adaptados à tundra e às estepes foram substituídos por espécies das florestas. Para adaptar a estas mudanças, os seres humanos passaram a viver em grupos menores e a explorar os crescentes suprimentos de pássaros selvagens e peixes. Na Eurásia, o uso do arco e flecha tornou-se importante neste período.

 

                                               

 

 

 

O Neolítico

 

        As culturas mais antigas do Neolítico, definidas pelo surgimento da agricultura como meio de vida, foram encontradas no Oriente Médio, em uma área entre a Turquia e Israel, a oeste, e o Irã, a leste. Nesta área havia ancestrais selvagens do trigo e da cevada, dos carneiros, cabritos, porcos e gado. Os sítios arqueológicos do Neolítico mais antigos datam do período de 9000 a 7000 AC. , contemporâneo ao período Mesolítico na Europa. No entanto, no Oriente Médio as alterações climáticas associadas ao fim da “Era Glacial”foram menos marcantes que na Europa e a pressão populacional é uma explicação mais plausível para o início da agricultura que a alteração climática. Ao redor de 6000 ª C., havia no Oriente Médio aldeias de tamanho considerável.

            A expansão da agricultura foi relativamente rápida: sítios Neolíticos na Grécia formaram-se antes de 6000 AC e apareceram na Grã-Bretanha em torno de 4000 AC. Durante os 2.000 a 3.000 anos de duração do Neolítico, surgiu uma considerável distinção social, juntamente com poder político cada vez mais centralizado. Estes acontecimentos estão associados à construção iniciada em muitas partes da Europa neste período de grandes monumentos fúnebres e cerimoniais feitos de terra e pedra. A produção especializada e o comércio de uma série de objetos e materiais também se desenvolveram. 

 

A Idade do Bronze

 

        O cobre e o ouro eram os principais metais utilizados durante a Idade do Bronze (liga de cobre com um pouco de estanho). A produção de objetos de metal é um processo complexo, sendo que a descoberta da metalúrgica provavelmente ocorreu de forma independente em vários locais, inclusive no Oriente Médio, no Sudeste da Europa e no Sudoeste da Ásia. Em certas partes da Europa e do Oriente Médio, alguns objetos simples de cobre já eram utilizados séculos antes do início da Idade do Bronze: este período de transição é chamado Idade Calcolítica (“cobre-pedra”).

            As distinções sociais aumentavam à medida que os indivíduos mais poderosos mostravam seu “status através de armas de bronze e jóias de ouro”. O status e o poder de certos indivíduos era notadamente marcante no final da Idade do Bronze, como mostram vários monumentos fúnebres imponentes e oferendas, como os túmulos micênicos e as armas e armaduras encontradas em vários túmulos da Europa Central.

 

A Idade do Ferro

 

        O desenvolvimento de trabalhos com ferro no Oriente Médio e sua expansão, iniciada em cerca de 1000 AC., não tiveram efeito imediato nas culturas do final da Idade do Bronze. As sociedades dos povos celtas da Idade do Ferro nas regiões temperadas da Europa desenvolveram-se diretamente das culturas do final da Idade do Bronze. As sociedades européias da Idade do Ferro tinham cada vez mais contato com a Grécia e Roma, inicialmente através do comércio e depois através da invasão romana em grande parte da Europa celta. Tais fatos marcam o fim da pré-história naquelas regiões. Entretanto, as regiões periféricas da Europa (Irlanda; Escócia; Escandinávia e norte da Alemanha) nunca foram colonizadas pelos romanos. A saída destas regiões da pré-história ocorreu gradualmente, nos últimos 1.500 anos, após sua conversão à outras religiões, como o cristianismo. 

 

“Quem não pode realizar grandes coisas, deve lembrar-se de que pode mostrar-se grande nas pequenas coisas que sabe e que possa realizar”.

FONTE : https://www.paijulioesteio.kit.net/PreHistoria_da_humanidade_1.htm

 

Formação da cultura brasileira

O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo.

Os portugueses

 

 

Cavalhadas de Pirenópolis (Pirenópolis, Goiás) de origem portuguesa - Mascarados durante a execução do Hino do Divino

Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem portuguesa.

Durante 322 anos o território foi colonizado por Portugal, o que implicou a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria corte de D. João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com a Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais importantes de imigrantes para o Brasil até meados do século XX.

A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país. A religião católica, crença da maioria da população, é também decorrência da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, legou ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e procissões. As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas juninas, foram introduzidas pelos portugueses. Além destas, vários folguedos regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a crença em seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de muitas lendas e jogos infantis como as cantigas de roda.

Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos portugueses. Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva. Alguns pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga.

De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos europeus: renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassicismo. Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa, por exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou na decoração exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte popular como na arte erudita.

Os indígenas

A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua cultura original.

 

Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura corporal

Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de lingua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito frequentes na toponímia por todo o território.

A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, o saci-pererê, o boitatá e a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente em porções da Região Norte do Brasil.

Os africanos

 

Uma baiana tradicional vestida a caráter

A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.

 

Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira.

Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.

Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.

A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.

Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colônial.

Os imigrantes

 

O imigrante germânico e suas tradições: Oktoberfest em Santa Cruz do Sul

A maior parte da população brasileira no século XIX era composta por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências germânicas desses colonos.

Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração japonesa, porém de forma mais limitada.

De maneira geral, as vagas de imigração européia e de outras regiões do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na culinária, por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões, especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência européia imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes.

Artes

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As artes chamadas eruditas, de origem européia, tem seu início no período colonial, durante o qual foram introduzidos os movimentos artísticos europeus como o renascimento, maneirismo, barroco, rococó e neoclassicismo. Durante esse período a arte realizada na colônia esteve intimamente ligada à arte portuguesa, muitas vezes porém com "sotaque" brasileiro, como por exemplo nas esculturas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nas igrejas de planta curvilínea na Minas Gerais setecentista ou nos anjos mulatos das pinturas de Manuel da Costa Ataíde.

 

Batalha dos Guararapes, de Vítor Meireles (1879), exemplo de pintura historicista da época acadêmica.

No século XIX, a chegada da chamada Missão Artística Francesa e a criação da Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro deu origem ao ensino acadêmico das artes no Brasil, influenciando a arte brasileira até os inícios do século XX. Nessa época inicia-se uma arte mais nacionalista, evidenciada por exemplo na literatura e pintura de caráter romântico, que valorizavam aspectos distintivos do jovem país, como os indígenas e eventos históricos. De maneira geral, as artes no Brasil seguiam as correntes européias, particularmente os movimentos da arte francesa. Assim, ao longo do século XIX, sucedeu-se na literatura o Realismo, o Naturalismo, o Simbolismo e o Parnasianismo, com escritores do porte de Machado de Assis, Euclides da Cunha e muitos outros. As artes plásticas do século XIX foram, de maneira geral, dominadas pelo academicismo e imbuídas de um espírito nacionalista, como se vê nas pinturas historicistas de Pedro Américo e Vítor Meireles e nas esculturas de Rodolfo Bernardelli.

No século XX ocorre uma renovação da arte brasileira dentro do movimento Modernista. Um dos eventos essenciais na difusão dos novos ideias foi a Semana de Arte Moderna de 1922, que contou com a participação de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Menotti Del Picchia, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Villa-Lobos, entre outros. De maneira geral, estes e outros artistas valorizavam as artes populares e buscaram a criação de uma arte genuinamente brasileira através da recriação das artes européias. A partir dessa época, as artes plásticas desenvolvem-se com mais liberdade formal no Brasil. Na arquitetura, uma renovação semelhante ocorre a partir da década de 1940 com a incorporação das idéias de Le Corbusier na obra de arquitetos como Oscar Niemeyer, Lucio Costa e outros.

Literatura

 

Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil

As primeiras manifestações literárias no país são relatos descritivos sobre o território inseridos no contexto do descobrimento e início da colonização, das quais a mais célebre é a carta de Pêro Vaz de Caminha (1500), descrevendo o encontro entre portugueses e os indígenas. A produção literária no Brasil ganha impulso no período barroco, em que se destacam o poeta Gregório de Matos (1636-1696) e o jesuíta Padre Antônio Vieira (1608-1697). No século XVIII surge o Arcadismo, em que se destacam autores como Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e Basílio da Gama (1740-1795).

Após a Independência, a literatura brasileira, de maneira geral, seguiu os movimentos europeus ao longo dos séculos XIX e ínicio do XX. A preocupação em produzir uma literatura nacional começa com escritores românticos como José de Alencar (1829-1877) e Gonçalves Dias (1823-1864), que buscam temáticas brasileiras como o indigenismo e o regionalismo. O Romantismo é sucedido pelo Realismo e o Naturalismo, em que despontam autores como Aluísio Azevedo (1857-1913) e Machado de Assis (1839-1908), este último por muitos considerado o maior escritor do século XIX no Brasil. No Simbolismo destacou-se o poeta Cruz e Sousa (1861-1898) e no Parnasianismo Olavo Bilac (1865-1918).

No início do século XX desponta o Modernismo, destacando-se nesse contexto o Movimento antropofágico e seus promotores na literatura e artes em geral, como os escritores Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954). O movimento têm por princípio rejeitar os valores europeus e buscar aquilo que é genuinamente nacional, digerindo a cultura estrangeira e devolvendo-a sintetizada à nacional. Outros nomes importantes foram os poetas Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida e Menotti del Picchia. A partir disso surge uma segunda geração de escritores que valorizam o regionalismo e a literatura socialmente engajada, com representantes como Jorge Amado, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e muitos outros. Mais tarde surgem outros grandes escritores mais difíceis de classificar, de grande profundidade psicológica, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, estes dois últimos com tendências regionalistas.

Artes visuais

 

Aleijadinho: Senhor dos Passos, Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

Durante o período colonial o mais destacado das artes plásticas foi a escultura em talha dourada de tradição portuguesa que decorava o interior de edifícios religiosos. Nesse campo sobressaem escultores como Francisco Xavier de Brito (m.1751), Valentim da Fonseca e Silva, o Mestre Valentim (c.1745-1813) e Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), este último responsável por talvez a maior obra escultória do período colonial: as estátuas dos profetas no adro do Santuário de Congonhas. Na pintura foram máximos representantes Manuel da Costa Ataíde (1762-1830) e José Joaquim da Rocha (1737-1807), autores de pinturas ilusionistas de caráter barroco-rococó nos forros de madeira de igrejas mineiras e nordestinas. Além destes, destaca-se também a produção de artistas que durante o período colonial registraram as paisagens e hábitos locais, como Albert Eckhout e Frans Post no século XVII, Leandro Joaquim no século XVIII - considerado o primeiro pintor paisagista nascido no Brasil - e Jean-Baptiste Debret no século XIX.

A pintura brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo trabalho da Missão Artística Francesa, da qual faziam parte pintores como Jean Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay. A Escola de Belas Artes fundada pelos membros da Missão influenciou a arte acadêmica brasileira do século XIX. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de Vítor Meireles e Pedro Américo. Já mais perto do final do século surgiram pintores e escultores filiados aos últimos movimentos artísticos, importados da França, como o Realismo (Almeida Júnior), o Impressionismo, o Simbolismo e a Art nouveau (Eliseu Visconti).

Música

 

Villa Lobos, o maior representante da música erudita brasileira no século XX

Alguns dos gêneros musicais populares, originários do Brasil mais conhecidos são o Choro, o Samba, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira. Como chorões podemos destacar Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Altamiro Carrilho. Exemplos de sambistas são Cartola e Noel Rosa. O maestro Tom Jobim, o poeta Vinícius de Moraes e João Gilberto, por outro lado, são nomes conhecidos ligados à Bossa Nova e cuja obra teve repercussão internacional, tendo sido gravada por nomes como Frank Sinatra e Stan Getz. Posteriormente à Bossa Nova, o movimento conhecido como Tropicália também teve um papel de destaque como música de vanguarda e experimental.

Mas o Brasil tinha também um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, contemporâneo de Mozart e Beethoven. Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, adaptação do romance homônimo de José de Alencar, foi o primeiro compositor brasileiro a ter projeção internacional. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela assimilação pela música erudita de diversos elementos da cultura popular, como os violões e determinados ritmos. Outros compositores importantes, na linha da música erudita são Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Camargo Guarnieri.

Arquitetura

 

Palácio da Alvorada, Brasília, um dos ícones da arquitetura moderna brasileira

De maneira geral, a arquitetura realizada durante o período colonial em território brasileiro seguiu de perto os modelos portugueses, sucedendo-se o maneirismo (ou estilo chão), o barroco, o rococó e o neoclassicismo. No século XVIII, a arquitetura ganha maior liberdade formal em algumas obras religiosas mais ousadas, realizadas nos grandes centros artísticos coloniais como Recife, Salvador, Belém do Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que contaram com arquitetos como José Fernandes Pinto Alpoim, Antônio José Landi, Francisco de Lima Cerqueira e outros. Minas, em particular, se destaca pela grande diversidade de igrejas barrocas e rococós do período, como na Igreja do Rosário de Ouro Preto, o Santuário de Congonhas, a Igrejas de São Francisco de São João del-Rei e São Francisco de Ouro Preto, estas últimas com portadas esculpidas pelo Aleijadinho. Já o século XIX, sob a influência da Escola de Belas Artes no Rio, foi dominado pela arquitetura neoclássica, propagada pelo professor da escola Grandjean de Montigny e seus seguidores como José Maria Jacinto Rebelo, Joaquim Cândido Guilhobel e José Bethencourt da Silva.

Os finais do século XIX e inícios do XX se caracterizam pela arquitetura eclética e o historicismo (neogótico, neocolonial), como visto, por exemplo, nos projetos do escritório de Francisco de Paula Ramos de Azevedo em São Paulo e na abertura da antiga Avenida Central no Rio de Janeiro. Em paralelo aos movimentos art nouveau e art déco, a arquitetura moderna teve seu início em São Paulo na Casa Modernista levantada por Gregori Warchavchik para sua residência em 1928. A partir daí a arquitetura moderna aumenta sua influência e alcança um ponto de inflexão na construção do Palácio Capanema (1936-1945) no Rio de Janeiro, construído sob a supervisão de Le Corbusier por uma equipe composta pelos nomes que fariam história na arquitetura posterior, como Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Estes dois foram responsáveis pelo ponto culminante no movimento modernista, o desenho urbanístico e projeto dos edifícios de Brasília, inaugurada em 1960.

A culinária do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos.[1] Muitas das técnicas de preparo e ingredientes são de origem indígena, tendo sofrido adaptações por parte dos escravos e dos portugueses. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada, prato típico do país, é um exemplo disso.[2] Os escravos trazidos ao Brasil desde fins do século XVI, somaram à culinária nacional elementos como o azeite-de-dendê e o cuscuz. As levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceu o consumo de diversos ingredientes.

As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça, fabricadas na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água e açúcar, na conhecida sangria. A cerveja por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais comuns..

 

Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.

O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico.

A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras.

Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela significativa da população. Do mesmo modo, aumenta o percentual daqueles que declaram não ter religião, grupo superado em número apenas pelos católicos nominais e evangélicos.

Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns simpatizantes do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem alguns ritos da Igreja Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é um traço histórico peculiar da religiosidade no país.

O folclore brasileiro é um conjunto de mitos, lendas, usos e costumes transmitidos em geral oralmente através das gerações com a finalidade de ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do povo. Por ser o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore bastante rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e encantam os que as escutam.

Referências

  1. Cascudo, Luis da Câmara. História da alimentação no Brasil, p. 17. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1983.
  2. Elias, Rodrigo. Breve história da feijoada in Nossa História, pp. 34-37, Ano 1, nº4. Editora Vera Cruz: São Paulo, 2004.

] Bibliografia

  • SODRÉ, Nelson Werneck; Síntese de História da Cultura Brasileira; São Paulo: Bertrand Brasil, 2003; ISBN 8528602931
  • BOSI, Alfredo; Cultura Brasileira: Temas e Situações; São Paulo: Editora Ática, 2002, ISBN 850801578X
  • MOTA, Carlos Guilherme; Ideologia da Cultura Brasileira (1933 - 1974); São Paulo: Editora Ática; ISBN 8508000014
  • CLAVERY; Luiz Felipe; "Cultura Brasileira"; 2008.